Hoje, porque escrevi sobre o bife com ovo estrelado, vai sair parvoíce, daquelas que alguns dos meus leitores criticam, “como é que este gajo escreve tais banalidades?”, esquecendo-se que bem metade dos meus leitores me escrevem a pedir dicas como principiantes de cozinha.
Sabem fazer bem um ovo estrelado? É claro que há muita variedade no gosto por um ovo estrelado, mas vou pelo meu gosto: clara bem frita, com o bordo queimado, gema moldada mas líquida.
Há duas técnicas de base. Em qualquer delas, uma frigideira siliconada. Gordura abundante, a gosto. Hoje a moda é o azeite, de que não gosto nada para frituras, fica enjoativo para meu gosto. Na minha cozinha de infância, fritos eram em óleo de amendoim (óleo de mendobi, como lá se dizia, e que também ia para a fábrica de sabão), em muitos casos em manteiga, em banha nos guisados da cozinha tradicional. Hoje, neste caso dos ovos estrelados, uso uma boa dose de um produto dietético para cozinha, Becel cozinha óleo cremoso 70%, passe a publicidade. Nos dois casos, a gordura já bem quente.
Primeira técnica. Usar uma frigideira bastante mais larga do que o ovo, para se poder colher a gordura, inclinando a frigideira. Derramar cuidadosamente o ovo e ao fim de meio minuto temperar a clara com pimenta (para mim, metade preta metade branca, moídas no momento) e a gema com flor de sal. Com uma colher, recolher gordura quente debaixo e despejá-la sobre a clara, nunca sobre a gema. Repetir isto frequentemente, até a clara estar frita sem a gema ficar seca.
Segunda técnica. Ao partir o ovo, separar a gema e a clara. Começar por fritar a clara, temperada com pimenta. Na altura adequada, com a clara já coagulada mas ainda não frita, juntar a gema no centro da fritura, temperar com sal e deixar equilibrar a fritura da gema e da clara.
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