Já houve tempo em que, querendo vulgarizar a minha cozinha açoriana, tão dependente da unicidade de muitos dos seus ingredientes, tentava sugerir alternativas continentais. Deixei de o fazer, pelo menos em relação aos leitores da área de Lisboa, por terem fácil acesso a eles nas duas lojas gourmet açorianas de Lisboa, a Loja Açores e o Espaço Açores Gourmet.
Esta nota breve não vai ao contrário, é apenas uma curiosidade interessante, um desafio a amigos açorianos cá residentes. Há dias, como escrevi, fiz um cozido e sobrou arroz de carne, também dito arroz vermelho. Despachou-se ontem com uns enchidos assados na chapa. Era um sortido da Casa do Porco Preto, de Barrancos, comprado no Pingo Doce. Muito bom chouriço de sangue, também um salsichão de carne e vinho. Marcante foi provar um que não conhecia, linguiça de porco preto. Começa logo pela semelhança com o hábito açoriano de chamar linguiça a um enchido com a grossura de chouriço, não da cá vulgar linguiça fina. Depois, o tempero, alho, pimentão, malagueta. Comparem com uma linguiça micaelense, fora esta ter a especialidade da vinha de alhos com limão galego. Claro que, para conhecedor, a linguiça açoriana é diferente da barranquenha, mas para quem apenas a comeu lá numa ida turística, será surpresa a semelhança.
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