Não tenho publicado ultimamente criações minhas culinárias. Não é que não continue a dedicar a isto algum tempo de fim de semana, mas é que fico na dúvida. Bons cozinheiros não precisam delas, o público da blogosfera das tias não quer coisas tão esmeradas e exigentes. Quem tenta publicar na net coisas deste compromisso difícil acaba a publicar receitas que prefiro comer feitas pela boa cozinheira da minha tasca da esquina.
A D. Maria não tem ligação à net nem máquina fotográfica para vermos o que é cebola picada. E nunca poderá aldrabar um bacalhau à Conde da Guarda, porque nunca leu Labaredas e Quitério, mas com isto não ouvirá ninguém dizer-lhe que isso é uma boa variante do bacalhau espiritual (LOL!). E sabe de tachos mas não de vinhos, não aconselha à maluca (ou desaconselha com incompetência) o que vai bem com quê. "Ó Nabais, dá cá os lumes".
A D. Maria não tem ligação à net nem máquina fotográfica para vermos o que é cebola picada. E nunca poderá aldrabar um bacalhau à Conde da Guarda, porque nunca leu Labaredas e Quitério, mas com isto não ouvirá ninguém dizer-lhe que isso é uma boa variante do bacalhau espiritual (LOL!). E sabe de tachos mas não de vinhos, não aconselha à maluca (ou desaconselha com incompetência) o que vai bem com quê. "Ó Nabais, dá cá os lumes".
Disse que sou esquisito nas minhas receitas. Por exemplo, em escritos meus típicos não entram produtos industriais, caldos, molhos, temperos. Mas seria aldrabice dizer que não os tenho em casa, que não os uso na meia hora de preparação simples, mas aceitavelmente boa, de refeição de sozinho (quando tenho companhia, é outra coisa! “Ó João, não pode ser, vou engordar!”). Como é meu uso frequente, o meu jantar de ontem foi uma sopa basta, quase toda com base industrial. Não é vergonha, comi com gosto. Claro que não a serviria aos meus amigos que já consideram o "ninho da águia" como um dos seus restaurantes preferidos.
“Minestrone” genovesa! Uma excelente sopa, também com a sua prima pobre “minestra”, de uma cozinha que, ao contrário das exóticas, domino bem, a italiana. E uma cozinha sobre a qual gosto de discorrer em tertúlia, porque é das mais maltratadas, reduzida às pizzas que nem são refeição ou às massas que são só prato intermédio antes da refeição propriamente dita, com excelentes receitas, e com grandes variações regionais, que a maioria das pessoas não conhece (vão ao Gemelli! Há muitos anos, quando eu era jovem, diria que à Gôndola, que saudades).
A minestrone Knorr, pelo que li como composição, preenche o essencial, boa mistura de legumes, com bastante tomate. Mais macarrão, que até nem é obrigatório. Fiz um pouco à parte e achei que era muito aceitável para quem precisa de fazer qualquer coisa em 10 minutos.
Faltavam coisas essenciais, embora não figurando nas descrições mais puristas da minestrone. Bacon, cebola, alho, queijo ralado, até pesto, para maior requinte. Nada mais simples e até brinquei, indo ao limite do industrial. Alourei cubinhos de bacon em 1 só colher de sopa de azeite, para juntar à sopa logo ao princípio daquela fase em que eles dizem sempre “ferver 10 minutos com a panela semi-tapada”. Para dizer a qualquer pessoa que não tinha tido mais trabalho, juntei cebola e alho secos, de frasquinho de temperos. A meu gosto, um pouco mais de manjericão e salsa, também de ervas secas, em frasquinho de tempero. Ainda outro ingrediente muito frequentemente usado na minestrone, uma boa colher de “pesto”. Gosto de o fazer à minha moda, mas claro que, nesta preparação de fast food, usei o que tinha num frasco de origem industrial, nada mau, também de linha branca. Quase no fim, queijo ralado grosso. Não foi parmesão, porque não o tinha, mas marchou muito bem o S. Jorge. Com tudo isto, ficou uma minestrone canónica. Contra a regra, mas a ajudar às calorias, a sopa servida sobre uma tosta.
Falta falar de outra coisa Knorr. Uma boa minestrone (rica, não a popular) é feita com um bom caldo de carne. Esta de pacote soube-me a pouco, mas que fácil é compensar. Julgam que eu, cozinheiro esmerado, não tenho em casa caldos em cubo? Só não os uso nunca é nas receitas de qualidade. Esta levou, mas não um cubo. Aproveito para alertar para a muito maior qualidade dos caldos concentrados que agora se vendem como “Natura”, numas tacinhas. São mais saborosos, não deixam à superfície aquela espuma esquisita a cheirar a sintético e, principalmente, têm muito pouco sal, a coisa inimiga de quem cozinha com os cubos tradicionais. Uma embalagem corresponde sensivelmente a 1 cubo. Para simples caldo, são duas embalagens por litro. Para tempero, entre meia e uma embalagem. Atenção a que cada porção vale 2 g de gordura, dos quais 1 g de saturadas.
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