De vez em quando, violo a regra auto-imposta de não publicar aqui receitas. Porquê hoje? Foi dia de afazeres, a impedir o habitual esforço culinário de fim de semana. Por isto, pode servir de exemplo. Mas desde já ressalto que não foi nenhuma coisa extraordinária de cozinha inventiva, só coisas simples mas que sairam bem. Como adivinho que muitos dos meus leitores gostam preferencialmente é de umas boas oportunidades de ficarem com ideias boas e fáceis, aqui vai o dia de hoje.
Para o almoço, uns lombos de cantaril, com espuma de marisco, limão e estragão. Se não quiserem ter o trabalho de os cortar, coisa bem simples, peçam à peixeira. Foram simplesmente salteados em fundo de azeite, com a pele para baixo e com golpes cruzados, para não encarquilhar. Sal e pimenta quando já um pouco firmes. A acompanhar, brócolos cozidos a vapor e rodelas de batata untadas com azeite, assadas a temperatura moderada e no fim tostadas sob o grelhador do forno. Como molho, um sabaião ou espuma de gemas, caldo de marisco, limão, um pouco de leite magro (exige bater mais do que se fossem natas) e estragão pronunciado mas não em excesso. Nada mais simples e muito bom, desde que feito com cuidado e esmero. E sem esquisitices. Normalmente, faço espumas no sifão. Desta vez, propositadamente, foi só bem batida com varas, à mão, e em lume muito baixo e bem controlado (nem sequer, pasme-se, em banho-maria).
Jantar de dieta habitual cá em casa é só de sopa. Foi de espargos verdes com mais sabores alentejanos. Couve flor a dar substância, metades distais dos espargos, sem os talos rijos, alho, um pouco de chouriço, queijo fresco. Tudo cozido em água, leite e um tanto mas significativo de caldo de galinha, umas colheres finais de azeite, tudo muito bem moído a creme e passado pelo chinês para não se notarem fibras. Novamente, nada mais simples.
NOTA - Já agora, também, fora de casa, mas igualmente simples e bom, o almoço de ontem, no Dona Bia, na Torre, um pouco a sul da Comporta. Restaurante de ar modesto, popular, despretensioso. Na zona, claro que de peixe e marisco, mas - surpresa! - com muito pouco do inevitável grelhado PVP. Muitos pratos de peixe bem trabalhados, claro que com enriquecimento dos arrozes da zona de Alcácer. Comemos uns excelentes filetes de peixe-galo, fresquíssimos, em polme bem feito, com uma açorda de ovas (quase mais ovas do que açorda) que, para meu gosto, estava um pouco mole de mais mas muito saborosa.
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