O Yeatman, em Gaia, está na moda. É o melhor que pode haver para deslumbrar o burguês, na sua versão moderna estilo Relvas ou, infelizmente, de alguns velhos conhecidos meus que primeiro passaram pela “chana”, se não pelo Chão Bom que agora visitei, transferidos para os restaurantes e lojas de luxo, ida e vinda em aviões da TAAG com porão a abarrotar.
Nunca estive no Yeatmen (raio de nome tonto! Também podia ser Ydrinkmen ou Yfuckmen). Nem penso estar. Por 300 euros, peço maior correspondência ao meu hedonismo. E, preço por preço, escolho um hotel de charme.
Também não conheço o restaurante, agora estrelado. Dizem-me que, “é bom mas, pelo preço, nós costumamos comer melhor em outros estrelados ou até não”. O menu agora oferecido pode vir muito bem feito, a justificar a estrela, mas, pela simples descrição, parece banalidade. Ouço também dizer que a garrafeira é excelente, passe a provocação diletante de se recusarem a ter Barca Velha. Até que um dia um cliente que não vá em brincadeiras lhes diga que, se não têm o vinho que ele quer, não se senta para jantar. Imagino um grande restaurante espanhol que diga que não serve Vega Sicilia! Todavia, como disse, não ponho as mãos no fogo pelo que estou a escrever, por desconhecimento direto de causa, ate por talvez estar a referir casos "anedóticos" (no sentido inglês). Se algum leitor me desmentir fundamentadamente, fico grato.
Também não conheço o restaurante, agora estrelado. Dizem-me que, “é bom mas, pelo preço, nós costumamos comer melhor em outros estrelados ou até não”. O menu agora oferecido pode vir muito bem feito, a justificar a estrela, mas, pela simples descrição, parece banalidade. Ouço também dizer que a garrafeira é excelente, passe a provocação diletante de se recusarem a ter Barca Velha. Até que um dia um cliente que não vá em brincadeiras lhes diga que, se não têm o vinho que ele quer, não se senta para jantar. Imagino um grande restaurante espanhol que diga que não serve Vega Sicilia! Todavia, como disse, não ponho as mãos no fogo pelo que estou a escrever, por desconhecimento direto de causa, ate por talvez estar a referir casos "anedóticos" (no sentido inglês). Se algum leitor me desmentir fundamentadamente, fico grato.
Mas o que motiva este meu comentário é uma aldrabice inaceitável. Spa é coisa hoje indispensável. Até fez parte das nossas últimas horas de férias cabo-verdianas, a relaxar. Mas veja-se a oferta única do Yeatman, a vinoterapia! Aqui vai a descrição,como se lê na net:
Airoso e espaçoso, o Spa inclui dez salas de tratamento onde é possível relaxar e desfrutar de um programa exclusivo de tratamentos Vinothérapie® com base em ingredientes extraídos da vinha, que possuem propriedades antioxidantes que contribuem para a beleza, para o bem-estar e para a vitalidade. A gama completa de produtos Caudalie pode ser adquirida na loja do Spa.
E um banho de Vinho Tinto (65 €), para melhorar a circulação sanguínea e linfática através do uso de óleos essenciais drenantes? A hidro-massagem enriquecida com extractos de vinho tinto, conhecidos pelas suas propriedades anti-oxidantes e calmantes, ajuda a tonificar e revigorar a sua pele, enquanto relaxa e usufrui de vistas de cortar a respiração. [JVC - lá tinham de vir os antioxidantes, apresar do descrédito em que cairam como agentes profiláticos ou terapêuticos - claro que não digo que como nutrientes normais].
(Esta versão portuguesa é relativamente comedida. A inglesa vai muito mais ao ponto de publicidade enganosa).
Tudo isto é aldrabice, da responsabilidade de um exemplo nosso, emblemático, de turismo de “alta qualidade”. Ou os deuses estão loucos ou então os homens estão patetas, com exceção de alguns espertalhaços.
NOTA - Parece que o conceito básico do hotel é que todos os seus responsáveis são “foodies”. Não sabia o que isto é e fui aprender o que é esta nova cultura que tanto apregoam. Boa, coisa excelente! Mas fiquei como M. Jourdain. Também eu sempre escrevi em prosa, mas não lhe chamava ser “foody” (raio de nome!…). Chamava-lhe, muito simplesmente, ser gastrónomo!
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